100. Vidragem e outras artimanhas para ganhar peso.


Vidragem dos produtos alimentares.

Uma das razões pelas quais os compradores de produtos alimentares mais são enganados quanto ao peso real dos produtos congelados, é a dificuldade ou desconhecimento da interpretação da fatura ou formato de venda dos produtos e até a conferência por parte de quem compra.

 É muito usual eu questionar um cliente se o preço que refere é do peso liquido ou peso liquido escorrido e apesar de muitas vezes me responderem que está descontada a massa de vidragem, a maior parte das vezes quando verifico não está; uma das formas que mais encontro é por exemplo a caixa ter 10kg de peso bruto e em letrinhas pequeninas dizer 8kg peso escorrido, o cliente para achar o preço divide o valor da caixa (forma como está faturada) por 10 achando que está a achar o valor por kg, quando na realidade deveria dividir por 8, pois assim é que se acharia o real valor, sendo que em alguns casos nem assim é o valor correto, há uns meses (talvez dois anos) juntamente com um cliente descongelámos uma caixa de bacalhau demolhado duma marca regional, a caixa anunciava 10% de massa de vidragem, descongelámos e pesámos o produto e deu mais de 30% de perda, o cliente comprava esse bacalhau há muitos meses sem ter essa consciência e por vezes é difícil para quem quer fazer um trabalho sério desmaterializar estas situações.

Nas instituições é ainda pior, quem compra quer apenas ver um valor menor na fatura de compra, como não cozinha, não mexe no produto, não contabiliza quebras, o que conta é o preço do produto que muitas vezes parece mais barato, mas é mais caro que um que é vendido pelo preço justo do peso escorrido.

Para além das vidragens há ainda o problema da injeção de água e sal em algumas carnes, (mesmo frescas)…há uns anos um cliente ficou muito ofendido comigo porque eu referi que tal situação acontecia em muitas carnes que estão á venda no mercado nomeadamente de frango e na altura eu falava de peito de frango; não é preciso ir muito longe para comprovar ao que me refiro, algumas embalagens de peito de frango ou de peito de peru referem isso mesmo na rotulagem, naquela época em que esta situação aconteceu eu vi peito de frango fresco num supermercado duma marca bastante conhecida que referia no rótulo 92% carne de frango, 8% água e sal ( que era a percentagem de injeção que o produto tinha.

Para mim o problema não reside no facto dos produtos serem vidrados, injetados ou outra, o problema reside pela não informação das mesmas ou existirem muito camufladas de difícil interpretação pelo comprador não as consegue decifrar dada a quantidade e complexidade de todos os produtos que compra.

O meu conselho sincero é que não comprem apenas sem verificar cautelosamente o que custa realmente, procurem saber exatamente o valor da matéria prima sem contabilizar vidragens, injeção, percentagem de água, etc; procurem trabalhar com fornecedores sérios e com ética, na dúvida peçam ajuda a outros fornecedores a interpretar ou pelo menos a quem vos presta serviço de HACCP, a transparência pode fazer-vos poupar muitos, muitos €€€€€€.

 Se precisarem da minha ajuda não exitem em questionar-me.

Com este “Post” chego á publicação nº 100, a partir de agora se quiser continuar a acompanhar regularmente os meus “Post” tem de seguir ou acompanhar no blogue tribopedroalbuquerque.blogspot.com, pois deixarei de colocar no Facebook todas as publicações, ponde apenas algumas de vez em quando.

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