72. Sidra asturiana uma surpresa

 

Sidra.

Há cerca de 3 anos conheci algo inesperado, a sidra asturiana. Até então conhecia apenas sidras como a Bandida do Pomar ou Somersby e pouco mais, e confesso que nem sequer sou grande fã, mas a Sidra asturiana apesar de ser de maçã não tem nada a ver com essas.

Em outubro de 2018 fui conhecer as Astúrias, num desses dias tive a oportunidade de passar em Gigon e sem imaginar acabei por conhecer a Sidra asturiana, mas como desconhecia a sua existência fiz uma grande asneira mas já explico.

 Ora a Sidra asturiana mais que uma bebida é um ritual de costumes e tradições sendo a única bebida do mundo que é escanciada exatamente antes de beber, ou seja é jogada do alto da garrafa para o copo que é igualmente especial para que salpique o mínimo possível, sendo portanto grande, e nunca se coloca no copo mais que 2 dedos de bebida chamado "culin" a finalidade é dar alma á bebida revitalizando o gás; ao beber-se duma só vez nunca se bebe a totalidade por 2 razões, uma porque a Sidra não é filtrada e deixa resíduos e outra porque se bebe apenas a parte que tem alma, gás.

É uma bebida de grupo e é normalmente bebida sempre no mesmo copo e o pedacinho que sobra serve para lavar a zona onde se pôs a boca e deita-se posteriormente nuns baldes pequenos existentes por todo o lado nos bares; quando ao beber apanhamos o final da bebida já sem gás ou alma e com resíduos costumam-se "cuspir" para os mesmos baldes o que sobra para manter na boca o gosto apenas da bebida no máximo do seu esplendor mas eu não sabia e, calmamente servi da garrafa para o copo tentando não fazer espuma (asneira) e ainda por cima bebemos tudo, pois não queríamos desperdícios pois além do mais era uma bebida cara (outra asneira), não sabíamos mas devia a malta que nos via estar numa grande risota pela nossa ignorância.

As sobras da sidra que ficam nesses baldes no final regressam á terra de onde vieram.

Sei que já existiram algumas ideias para trazer para Portugal e para Lisboa um bar de Sidra, neste caso até dum filiar meu, mas quer seja em Portugal ou em Espanha quis partilhar com vocês está minha experiência para que não tenham a mesma ignorância e não saibam saborear a Sidra asturiana como deve ser saboreada e sentida.


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