18. Acerca de lulas o que sei e penso.


 Lula um molusco marinho saudável, excelente alimento que faz parte da classe dos cefalópodes ("pés na cabeça"), um grupo que também inclui o polvo, o choco e o náutilo. A maioria das lulas não tem mais que 60 cm de comprimento, mas já foram identificadas lulas-colossais com catorze metros.


Em questão de sabor, a lula tem um gosto mais suave em relação ao polvo, por isso antes de preparar qualquer receita é importante ter isso em mente para não substituir um pelo outro. Ela também é considerada mais benéfica para a saúde por possuir um valor nutricional maior. Isso significa, por exemplo, que ela também tem vitamina B12, mas seu teor é mais elevado. Além disso, é rica em vitamina B3, fornecendo não só mais energia ao corpo como estabilizando os níveis de açúcar no sangue, o que previne a diabetes.

Este alimento também é rico em proteínas e minerais, como fósforo, selênio, magnésio e ferro. Isso significa que a lula não só ajuda a prevenir o cancro como também fortalece os ossos, auxilia no tratamento da tensão arterial alta e ainda combate a anemia. Por fim, ela ainda ajuda o sistema imunológico, faz bem ao coração e ainda é considerada um dos frutos do mar mais benéficos para a saúde, já que apresenta os menores níveis de contaminação por mercúrio.

Qualidade, qualquer opinião é sempre discutível porque cada um tem a sua e tem razão porque cada um de nós sabe do que gosta e nisso não existe nada defenido como regra, mas eu ao longo de anos a trabalhar com lulas, experimentando eu mesmo e recolhendo opinião de imensas pessoas que trabalham com o produto fui formando uma ideia que vos darei aqui como testemunho.
 Entre lulas limpas e lulas sujas sem qualquer dúvida eu prefiro as lulas sujas pois pensando na qualidade o que é vulgar aparecer como lula limpa é produto com origem Índia que na minha opinião é de qualidade inferior a muitas outras como Malvinas, África do Sul, Marrocos, etc; a lula limpa é mais prática e funcional por esse motivo, estar limpa, mas o sabor não é tão aproximado ao sabor das lulas frescas existentes na nossa costa, a parede da lula embora fina é ligeiramente mais dura, para além de que a sua quebra é maior, vidragem que costumam ter e desidratação levam a que perca substancialmente o peso inicial, logo podem parecer mais economicas mas nem sempre corresponde á verdade. A lula limpa é no entanto uma boa opção pensando em tempo, facilidade de utilização por habitualmente poder ser usada sem descongelar para limpar poupando tempo e processos. Acho que é ideal para guizar, salteados, arrozes ou massadas, caldeiradas e alguns mais que não seja grelha, sinceramente esta lula na minha opinião não é a mais indicada sendo que como disse no inicio é discutível e aceito que digam o contrário.
Qualquer uma das lulas Malvinas, Marrocos, África do Sul são de muito boa qualidade, sendo que a das Malvinas é a que acho que é a melhor, é que tem parede mais fina, a mais parecida com a lula da nossa costa, é esguia com textura densa e confere um sabor excelente em que o aroma a mar está presente; por região o tamanho também é consumido diferentemente, a zona costeira para grelhar priveligia os tamanhos maiores em especial no verão onde o consumo tem uma enorme expressão, as mais pequenas apenas o factor preço influencia o seu consumo mas quando o trabalho aperta e o tempo de preparação é diminuto a opção passa a ser maiores pois toda a mão de obra e o tempo são preciosos; no interior há mais hábito de consumo de lulas pequenas, que também são deliciosas mas com maior mão de obra a limpar.
As lulas de África do Sul e de Marrocos são muito idênticas, paredes mais grossas que as das Malvinas, especialmente nas pernas mais duras e o que até gosto menos é o aspecto com que ficam após grelhar pois a pele que eu não lhe tiro quando as vou grelhar fica mais feia com uma coloração mais acastanhada o que no meu entender visualmente é menos atrativo. Para mim estas lulas até são melhores para caldeiradas ou outros pratos de tacho, exatamente por terem mais "carne" paredes mais grossas.

Fritas, recheadas, grelhadas, salteadas, em pratos de tacho, em espetadas, em saladas são muitas as possibilidades de confecção, e são muito apreciadas sendo o consumo constante em especial nas regiões de costa ou próximo, mas também com alguma expressão no interior. Há ainda muitas outras lulas em que destaco umas muito grandes dos Açores que são boas para o forno mas também para grelhar apesar da dimensão. Não és uma iguaria barata mas é apreciada e o cliente costuma pagar o justo valor dos produtos que gosta e este é um dos que testemunho que acontece, são muitos anos a trabalhar com a restauração e com este produto que não  costuma gerar sobras ou quebras, não se tornando em mono ou desperdício como acontece com muitos outros mais baratos, não é o valor um pouco mais elevado que impede o seu consumo.
Azeite, manteiga, limão, alho, tomate, cebola, cebola, vinagres exóticos, sabor a enchidos, pimentas ou piri-piri são aromas que combinam com lulas mas existirão muitos outros basta por a criatividade a funcionar.
As potas são parentes próximos das lulas mas com diferenças profundas, no entanto podem ser indicadas para alguns pratos em que destaco pota recheada ou até o tubo limpo para espetadas, mas como disse as diferenças são profundas muito identificáveis  pelo consumidor, pelo que devem ser comercializadas com o seu nome verdadeiro, potas.
Voltando ás lulas já experimentou numa redução com hortelã canela e pimentas acompanhado com puré de castanhas e cogumelos? Eu garanto é divinal! 


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