Há muito que escuto do nosso líder na empresa quue represento no dia a dia, que devemos estar de mente aberta a outras alternativas alimentares, uma vez que actual formato alimentar não nos serve, o actual aumento dos alimentos, sobretudo da proteína animal veio alertar para a necessidade de reduzir drasticamente o consumo dessas proteínas animais per capita, e abrir os horizontes a alternativas alimentares diferentes. No dia a dia sente-se algum nervosismo na restauração, a escassez de matéria prima e os referidos aumentos levam a que inevitavelmente também eles tenham de subir os seus cardápios, mas como os aumentos têm sido enormes e não se sabe onde parará, é importantíssimo que exista um novo paradigma, um novo formato e racionalização de recursos, para que a atividade seja minimamente rentável e ainda assim acessível ao consumidor.
Nas últimas décadas com o conforto económico e a melhoria em geral do nível de vida das familias em Portugal, (bem diferente de antes do 25 abril e antes da adesão á CEE), os níveis de consumo e conforto alimentar têm permitido consumos médios de proteina animal elevados, mas no atual estado de situação inevitavelmente teremos de arranjar estratégias para reduzir essas médias. Na minha opinião a restauração e o canal horeca também tem de reinventar-se, utilizar outros recursos e alternativas, dar mais ênfase á apresentação, ao serviço, ao profissionalismo para que mesmo reduzindo no prato a quantidade de proteína animal, ainda assim mantenha atratividade que leve o cliente a aceitar e entender essas mudanças, ou caso contrário terá de subir os cardápios de tal forma que ficarão apenas acessíveis a uma muito pequena faixa social e económica.
Neste contexto algo bastante importante é o não desperdício, aproveitar cada pedaço de comida, evitando deitar fora sobras e se possivel dar-lhes uma segunda vida como é por exemplo o caso do pão (ver post n° ???, em que falo de sobras de pão), mas muitas outras coisas podem ser reaproveitadas e que muitas vezes são tratadas como desperdício como é o caso de arroz branco, massas, alguma carne ou peixe previamente preparados para pratos do dia, etc, etc... Quando a memória está cansada e esgotada fruto do cansaço e exigência da actividade dura que é a restauração, por vezes é difícil encontrar ideias de receitas e formas de reaproveitar, mas hoje a internet tem um sem número de recursos disponiveis que ajudam nesse sentido, sendo assim a ferramenta indispensável. Nas minhas próximas publicações vou procurar dar dicas de reutilização de produtos que são comuns de gerar sobras na restauração, assim como focar em algumas receitas e soluções alimentares mais económicas, procurando assim ser interessante e opção viável para quem o achar e que queira pôr em prática.
Tudo isto é interessante se o empresário da restauração também abrir a mente e o seu espectro sobre o seu modelo de atividade, muitas das vezes a teimosia, o medo, a incerteza, a sua visão própria e pessimista do seu ramo de atividade também não facilita as mudanças necessárias que poderão levar ao sucesso ou até mesmo simplesmente a sobrevivência do seu negócio, sobretudo em períodos de crise como o actual. Para quem se preocupa com estas coisas e está de fora conhecendo muitas realidades diferentes, muito facilmente identifica erros, negações e processos que podiam e deviam ser alterados, mas muitas vezes não é possivel falar deles pelo receio de não aceitação pelo empresário, evitando assim conflitos e males maiores, mas inevitavelmente esses, conduzem a dias mais cinzentos e dificeis e que estavam nitidamente á vista.
Pense e acredite em mudanças, o mundo já não é o mesmo e elas são inevitáveis.
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